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CARREFOUR RACISTA E ASSASSINO

Mais uma vez testemunhamos a olhos nus o assassinato brutal de um homem negro. João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte por dois seguranças brancos, Magno Braz Borges, e Giovane Gaspar da Silva, da rede de supermercados Carrefour (um deles, PM temporário sem treinamento policial). Ele foi arrastado para fora do supermercado e levado até o estacionamento. No estacionamento, gritou por ajuda enquanto outras pessoas assistiam passivamente aquela cena como se fosse “cotidiana”.

Essa cena grotesca e criminosa apenas escancara a prática de extermínio contra a população negra e a normalização da dominação branca na sociedade brasileira. Em nota sobre o crime, o vice-presidente da república, Hamilton Mourão, afirmou mais de uma vez que era apenas um caso de “seguranças despreparados” e que “não existe racismo no Brasil”. Assim como a rede multimilionária Carrefour que, em seu “pedido de desculpas”, em nenhum momento toca na questão do racismo, buscando minimizar os danos e também tratando o episódio como um incidente individual e não uma expressão de um problema estrutural e sistêmico no Brasil.

Diante dos inúmeros casos de racismo, os quais não recebem o devido tratamento por parte das instituições, fica evidente a insuficiência de apenas posicionamentos discursivos nas redes sociais. São necessárias ações práticas antirracistas movida pela sociedade civil organizada que possa fazer pressão nas ruas e exigir das empresas e órgãos do estado posicionamento adequado.

É sabido que o racismo no Brasil é estrutural e parte constitutiva da máquina que sustenta o capitalismo. Isso significa que não existe horizonte possível de rompimento concreto com o racismo nessa forma de organização socioeconômica. A polícia militar, como protetora do estado e do capital, é nociva e braço fundamental do genocídio do povo preto. Os negros e negras que historicamente construíram o Brasil, são excluídos de todas as decisões políticas que influenciam e impactam em suas vidas.

Portanto, enquanto não ocuparmos e fortalecermos formas de construção participativa e direta, que debatam e deem alternativas aos problemas cotidianos do povo preto, continuaremos a mercê do sistema racista. A luta antirracista precisa estar profundamente conectada com a luta anticapitalista, sistema que subjuga famílias negras colocando-as em estado de miséria e jovens negros como “reserva de mão de obra”, quando não os matam.

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